Olha, é o seguinte: as pessoas não querem melhorar.
Elas podem, elas até sabem o que fazer para tal, mas sei lá o que acontece, talvez dê preguiça. Talvez seja medo. Talvez aconteçam coisas demais no meio do caminho e fique tudo muito complicado, né? Melhor não.
As pessoas preferem reclamar ad infinitum sobre o quanto são miseráveis, ou feias, ou o quanto odeiam o trabalho, ou que são deorganizadas demais para ______________ (você pode inserir o que quiser aqui) que refletir sobre si mesmas. Há uma dificuldade muito grande de dar o primeiro passo. De aceitar que temos nossa culpa no cartório em relação à própria vida, um vício “x”, uma mania chata ou o simples fato de que às vezes somos auto-destrutivo mesmo – e que isso uma hora precisa acabar.
Há um senso comum muito grande de “aceitar quem a gente é, do jeito que a gente é, mesmo que quem a gente seja hoje faça da gente infeliz”. Não é bem assim. Pra gente aceitar quem a gente é, a gente precisa entender quem é primeiro – ou quem queremos ser (se não nos identificarmos com a nossa pessoa) e o que precisamos mudar. E que algumas coisas para sermos felizes são fáceis, plausíveis e só dependem da gente, mas que outras, nem tanto. Simples assim.
No meio do caminho certamente teremos problemas de adaptação ao nosso novo eu, mas é preciso ter em mente que toda a mudança é trabalhosa. Faz parte de um processo. Que teremos recaídas, que não vamos nos adaptar tão facilmente porque somos altamente mecânicos nos nossos processos físicos e mentais.
Não adianta aceitar-se como fracassado porque “a vida impôs que fosse assim”. Nada é imposto, aliás. Podemos não ter a doce liberdade de ser quem desejamos ser o tempo inteiro, faz parte, a sociedade às vezes faz isso. Mas podemos escolher outra atitude, outros amigos, um novo trabalho, uma dieta saudável, uma vida mais tranquila. E, voilá, basta fazer.
O caminho costuma ser ruim, é verdade. Mas o destino sempre reserva coisas inacreditáveis. Basta tentar.