Cometi o erro, uma vez, de achar que tinha me apaixonado por um menino de balada. Acredito que o amor possa florescer até nos terrenos mais inférteis, não é isso. Mas aquele não era o contexto, o clima, não era a vez das coisas darem certo.
Lembro-me que vivia uma fase alucinadamente solteira depois de um longo e sucessivo período de idas e vindas de um relacionamento anterior. Estava mais simpática que o normal, mais ousada que o normal, mais empolgada que o normal e, provavelmente, mais alcoolizada que o normal. Acho que os momentos onde temos a maior capacidade de sedução são aqueles em que não estamos dando a mínima pra isso, que não estamos com foco em nada a não ser nós mesmas, na música e no “seja o que Deus quiser”.
A situação durou uns 3 meses de namorico estranho. Descobri que tínhamos muitos amigos em comum, descobri que talvez fôssemos primos, já que compartilhávamos o mesmo sobrenome, descobri também que o sujeito era meu vizinho, que nossos pais se conheciam, tudo lindo, parecia coisa do destino, só que não: tinha cara de pesadelo. Soube da vida dele inteira em uma semana, com aquela capacidade incrível que me é peculiar, falei um pouco de mim, prometi algumas coisas que não deveria e chegou num momento, o fatídico momento, em que cansei de tanta intensidade, intimidade e velocidade numa coisa que era pra ter durado uma noite. E só. E que eu já tinha total ciência, mas que deu uma preguiça infinita de agir.
Preferi deixei rolar.
E ele era lindo. De verdade. Talvez um dos caras mais bonitos que eu tenha conhecido na vida, talvez um daqueles casos únicos em que damos sorte. E inteligente também, trabalhador. Não entendo ao certo como as coisas se dão quando falamos do coração, mas uma coisa é certa: facilidade demais é chata. Paixão veloz, efêmera.
E acima de tudo: amar exige mais que afinidade, disposição e um carinho aqui ou ali.
E nem sempre nos damos conta rapidamente disso.
* Nos idos de 2012, escrevia para um ilustre e delicioso blog chamado “Dona do Meu Nariz” – que, infelizmente, acabou acabando por falta de tempo das envolvidas. Resolvi republicar alguns textos escritos lá por aqui, afinal, recordar é preciso. =)
3 Comentários
Erika, conheci há pouco seu blog, e estou apaixonada pelos seus textos. Me vejo na maioria das situações que você viveu, já que temos a mesma idade. Tem dias em que estou mais chateada (tipo HOJE). Então, leio seus textos e começo a rir…
Obrigada por compartilhar suas experiências. Torna meus dias mais alegres.
Bjo
CAMILA SUA LINDAAAA!! <3
Vc encheu meu coração de alegria nessa manhã fria de SP! HAUHAUAUHAHAUH!!!
Tamo junto, tamo aí pra isso, se precisar grita, tá??
Um beijão!
Fiquei com vontade de saber mais sobre o caso kkkkk
Adorei o texto.
http://sushibaiano.blogspot.com.br/